sexta-feira, 17 de junho de 2011

Borboleta


Encontro-me deitado. Lentamente vou-me absorvendo na escuridão que me cobre num cintilar de sons que só a noite conseguirá explicar. No escuro os meus olhos não são nada. Não se vê, pensa-se muito e sonhar é tão fácil como um pestanejar que a cada micro-segundo acontece. Lembremo-nos que tudo isto é tão normal, como estão ligadas todas as partes da nossa mente ao nosso coração, e de dele cada veia, e de cada veia bombeado o sangue, e do sangue ser-se vida e na vida ter-se sentimentos. Mas neste caso eu não preciso de luzes, eu consigo ver-te as escuras. Sim, vejo-te sentada em frente à um espelho que tanto desejas partir. Partir, partem os pequenos cristais que verdadeiramente são as tuas lágrimas que involuntariamente caiem sós no chão! Isto não é um vislumbramento de uma mente que anda a roda e a roda numa plataforma instável de sentimentos. É sim de quem se preocupa, de quem para ti quer a maior felicidade e ternura mesmo sabendo que nunca te teve ou que nunca um dia te terá, para si. Mas o que tens? (interrogo-me) Porque não sorris como antes? O teu olhar que à tempos era tão brilhante como uma estrela é hoje seco, abatido, distante e triste, e infelizmente eu nada posso fazer a não ser rogar-te para que saias dessa escuridão sombria deixando de ser um cântaro fechando, por fim. Ouve-me, quem não se preocupa contigo é porque verdadeiramente nunca te quis bem ou um dia te quererá bem também. Abre as asas minha borboleta, meu anjo, voa para um céu onde a luz voltará a tua vida e ao teu sorriso. Iluminando por fim esses teus magnânimos olhos!

Ocamoespreto

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