sábado, 17 de novembro de 2012

Porque existem melodias sem titulo ou homenagem possível!

Qual será a justiça do mundo a não ser o nada e o vazio? Quem travará as suas lágrimas que, tal e igual ao Rio Minho que na sua nascente é tão branco e brilhante, assemelhando-se ao cristal ou então igual aos seus olhos, que, tão minuciosamente estão abertos, com medo. Que coragem terá ele, se já não tem as suas panquecas, que já não terá o seu “olá” diário dito com a voz mais doce do mundo, ou então o seu tão caloroso beijo na testa que tanta vez foi dado por esta virgem Maria ao seu filho que de bondade é tão semelhante a Jesus! Nenhum peito Leão aguenta tanta dor apesar de ser forte, porque viu sem nada poder fazer, tão linda Leoa que lhe fez sair de seu leito partir numa linha recta e cheia de luz para o céu! Voou assim a gaivota branca perto do Tejo, encarnando a liberdade de espírito que sempre teve nos momentos que com tal garra de animal lutava por uma vida que não teve nem nunca terá fim. Porque coração que ama não esquece. Porque olhos que vêm continuam a vê-lo. E porque ouvidos que ouvem continuam a ouvi-la alto, tão viva como realmente o esta, para sempre! Eu senti-o em todas as entranhas do meu corpo. Nesse dia, dos diversos rios de lágrimas fizera-se chuva intensa, a medida que trovoadas se davam sobre caras e buracos negros dentro de corpos, que tão desamparados estavam, necessitados de calor humano, de laços traçados e compartilhados num choro sem fim. Eu senti-o. Revogo egoísmos, porque sofri pela noite inteira, mordidelas e soluços sem som a medida que pela noite se travava uma luta de abismos num enrolar de cobertores, num corpo despido de sentimentos e de um coração, mais que amolecido, onde estará cravado para sempre o seu nome. Os meus olhos enchiam-se de água benta que calmamente se iam desabando a medida que pelo escuro aparecia a sua figura já com asas de anjo, de mãos esbranquiçadas, quentes e suas, tão humanas e verdadeiras aquando das festinhas que dava no gordo gravatinhas, o seu gato. Porque, como bem o digo. “Tudo isto e aquilo, aquilo ou aqueloutro, é a …” Com amor e carinho. Jaylson!

A Janela

Olho pela janela e vejo a imensidão do nada sobre os meus olhos, que, a medida que vão vislumbrando os pequenos raios de luz, fecham-se, num escuro destorcedor. A brisa esbate-me na face gelando-me os pensamentos, agravando a tristeza que o frio levanta sobre as suas égides, firmando a melancolia de uma manha de Outono. O pensamento não é nada, na verdade não passa de uma simples folha branca, cheia de rabiscos e confusões. A janela embacia-se ao mesmo tempo que a respiração fica ofegante e a mão trémula, ao ponto de deixar cair a chávena de chá, que tão cuidadosamente tinha sido preparada minutos antes, com uma saqueta enfadonha de camomila. Mas o que é a vida para além de bases imaginárias, criadas sobre plataformas tectónicas, instáveis, a que a muitos chamam sentimentos? Provavelmente só a brisa o sabe, mas vai dizendo a verdade através de assobios que ninguém percebe. O menino só passa a homem quando reconhece as suas responsabilidades. Quem me dera voltar a ser menino e de desvendar cada assobio dessa fria brisa.
Graça