segunda-feira, 14 de março de 2011

The VIRUS by fernando pinella



The virus é uma longa metragem portuguesa em que a acção e o mistério são as palavras chave.
O "virus" de que se trata o filme "salta" de mãos em mãos, quando na tentativa da sua venda, no momento da acção, um agente especial da CIA aborda ambas as partes interessadas e vários tiros são trocados.
Entre a confusão, o grupo responsável pela venda da substância consegue fugir levando consigo o virus e o dinheiro. Estando assim montado o cenário de "gato e rato" entre a Central inteligente e o criminoso que foge com o virus. O que os agentes não sabiam é que este é um mestre na fuga, tendo capacidades quase sobrehumanas. Investigações demonstram que este é ainda a ultima das 3 pessoas no mundo resistentes ao virus, o que causa medo e transtorno na vida do agente da CIA.

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sábado, 12 de março de 2011

O pianista


Tocava todas as noites naquele seu velho piano que há muitas gerações pertencia a sua família. Era um piano feito de madeiras exóticas e marfim. Era lindo, perfeito e único. Tratava dele como tratava a sua namorada, que só adormecia ao ouvi-lo tocar as mais lindas melodias de Chopin, Mozart, Sviatoslav Richter e outros. Viviam juntos há mais de 3 anos. Fugiram os dois pelo seu amor, a paixão que nutria entre ambos era tão forte que não se importavam de viver naquela pequena casa. Só o piano ocupava metade do espaço. Um pequeno frigorífico, uma velha televisão, um microondas, uma casa de banho, um pequeno armário e uma pequena cama preenchiam aquela vida simples mas feliz. Ela trabalha nas limpezas, fazia-las aqui e ali, ao mesmo tempo que tirava na universidade (com dificuldade) o curso de medicina. Ele, faz o máximo de horas que consegue como distribuidor na Telepizza, ao mesmo tempo que treina intensamente para ser o maior pianista de todos os tempos. A renda não era muito cara e nem tinham despesas exageradas,muitas vezes o jantar era pizza, mas nada disso importava, a felicidade enchia-os o estômago e a vida. Tudo era perfeito, nos dias de chuva (que ela amava) ficavam simplesmente deitados a observar aquela neblina que se opunha a um sol que tanto desejava abrir-se. Assistiam em primeira mão a aquela chuva que delicadamente escorria pela estrada num acto de limpeza daquela imensa sujidade que marcavam as diversas calçadas da goteja rua em que viviam. O tempo passava e diversas notas naquele lindo piano eram tocadas, ela achava-o perfeito e ele achava-a a mulher mais linda a face da Terra. Até que… num dia normal como todos os outros, ela apercebeu-se de que metade de todo aquele seu castanho cabelo caíra, encontrava-se tão pálida e fraca que nem da cama se levantava. “112, 112, rápido, por favor, salvem o meu amor” (gritou ao telefone ao mesmo tempo que chorava). A ambulância demorava a chegar, e ele não parava de chorar ao vê-la mórbida e quase sem vida. Num acto de desespero (e ainda de pijama) chamou um Táxi e de lá seguiram para o hospital mais perto. Fizeram-se testes aqui e ali. Coitada, diagnosticaram-lhe um tumor maligno que já lhe afectava metade do cérebro. Esse dia fora o mais longo de toda a sua vida. Vê-la deitada e ligada a tubos e o pior, saber que prontamente ela…ela, ela tinha remotas esperanças de sobreviver mas o tratamento era extremamente caro e ele, ele não tinha dinheiro! Foi para casa, chorou toda a noite, tocou e tocou, mas cada melodia que tocava não era sentida, não tinha o “tal sabor” como as outras, só pensava em arranjar dinheiro. Pensou em assaltar um banco, em fazer um crédito, em pedir aos seus pais, aos dela e ao Papa se fosse preciso. Até que pensou em vender o seu piano, o seu companheiro de longa data, a sua segunda razão de viver. Não hesitou, após tocar todas as melodias que sabia e de chorar, lá ligou à uma loja de música que a muito queria o seu piano por ser tão exclusivo e único. Por ele conseguiu um total de 25 mil euros. Correu, e correu, até chegar ao hospital. “SENHOR DOUTOR, SENHOR DOUTOR” (gritava estafado) “ aqui tem o dinheiro, opere-a, salve-a por amor de Deus”. O doutor olhou-o com um olhar triste e abatido. Disse-lhe o que ele não queria ouvir. Chorou, chorou, chorou e chorou. Não queria acreditar naquilo. Sentia-se vazio, sozinho, desamparado e desgarrado da felicidade que há tempos tinha. O dinheiro não valeu de nada. Usou-o para o funeral. Estavam lá todos. Ele continuava moribundo, quase sem palpitação e vida. Com o restante do dinheiro comprou bebidas. Bebeu, bebeu e bebeu, mas isso não lhe trazia-a de volta. Continuava triste, simplesmente
(Dois anos depois)
Coitado, ficara viciado no álcool. Perdera a casa. Agora andava de mala as costas. Era mais um sem-abrigo que comia uma sopa quente e que usava o cartão como colchão. Tinha a barba grande, o cabelo gigante. Tomava banho quando chovia e quando conseguia ir para o balneário público de Alcântara. A vida corria-lhe mal, até que um dia viu um papel : “Concurso de Piano no CCB. O vencedor ganha 5,000 euros e um contracto”. Não tinha nada a perder. Podia ser a única oportunidade de renascer e ser alguém. Entrou na camioneta sem pagar e lá foi. Chegou ao CCB e inscreveu-se. Passado um tempo viu-se numa enorme sala e ao pé de um grande piano. “Sente-se e toque” , disse-lhe Bernardo Sassetti, um famoso pianista português. Sentou-se, mas hesitava em começar, não conseguia concentrar-se, respirou bem fundo e fechou os olhos. Logo que o fez lembrou-se de tudo que lhe fazia feliz, ela! Lembrou-se dos beijos, dos abraços, do toque e de tudo o resto. De olhos fechados começou a tocar algo de Chopin com um enorme sorriso nos lábios. Tocou e tocou até acabar. Após isso uma enorme salva de palmas fez-se ouvir por toda a sala. Bernardo Sassetti levantou-se ao mesmo tempo que batia palmas dizendo: “temos o nosso vencedor, magnifico, fantástico, que talento”. Ele finalmente sentia-se feliz, “obrigado, obrigado” dizia com um ar tímido e reservado. Finalmente conseguiu ser algo, mas sentia-se triste por ela não estar ao seu lado e por isso escreveu-lhe uma carta: “ Meu amor, consegui finalmente. Graças a ti meu amor, meu tudo. Sinto saudades tuas. Espero que estejas bem ai no céu. O meu piano esta hoje num museu. A nossa antiga casa ainda continua vazia. Vou ver se falo com o Sr. António para a comprar. Espero que recebas essa carta meu anjo. Olha, hoje esta a chover, como tu gostas" !



Jaylson Graça

domingo, 6 de março de 2011

Plausível obra-prima


Ele encontrava-se parado e frigido. Num só instante toda a sua alma despiu-se num impulso, deixando toda a sua carnificina exposta hás diferentes lombrigas, formigas e bactérias que desesperadamente auto-movimentavam-se em direcção ao seu corpo. Aquele instante mudara tudo em si. Imagine-se, ver a sua amada num longínquo tão perto que de horizonte tinha pouco, acompanhada alegremente por um … (continuou a debitar nomes ofensivos até acalmar-se por fim). Sentia naquele momento nas grossas veias que tinha do braço, algo mais espesso que o próprio sangue. Algo mais quente e flamejante ao absinto que bebera naquela tarde. Sentia também algo mais ilusionista que o próprio ópio plantado nas mais altas montanhas do Afeganistão. Era um totó drogado pelo amor que sentia por aquela mulher inocente, que apesar de ter olhos lindos, não conseguia ver aquela tremenda sujidade a sua volta. Cansado daquilo correu à alta velocidade para casa. Não se cansou, chegou, sentou-se na cama e pôs-se a olhar para a grande parede branca vazia que tinha no quarto. Pensava e pensava, mas encontrava-se de cabeça quente e pensar naquele momento fazia-lhe mal. Tentou acalmar-se: - “WOOSA”, “WOOSA” (dizia com a voz trémula e cansada). Mas de nada valia, ele encontrava-se no expoente da sua ira, e diversas coisas não paravam de lhe vir a mente. Assim, que nem um animal atacado com raiva, mordeu o seu braço esquerdo, espetando os seus dentes o mais fundo possível da sua pele num acto sádico e louco, arrancando metade da sua epiderme, deixando assim uma ferida profunda, aberta! O seu sangue escorria e escorria, ao mesmo tempo que soluçava, pequenos rios de lágrimas malogradas ao longo do seu quarto se formavam. Desesperado e farto daquilo tudo o coitado espeta bem fundo naquela ferida aberta um dos dedos que já não conhecia da sua mão direita. Queria sentir dor. Queria e queria, mas de nada valia. Assim, aproveitando o imenso sangue que de dentro dele provinha passou o dedo naquela ferida, escrevendo na parede tudo o que verdadeiramente sentia, enchendo aquela parede branca cheia de vida, finalmente!


Jaylson Graça ps: é uma simples história não sou assim tao louco

terça-feira, 1 de março de 2011


É mais uma manhã após uma noite de sonhos tão conturbadores e estranhos. Acordei, felizmente, mas não consigo esquecer nada do que passei na noite anterior. Sonhei contigo na noite anterior, mais uma vez. Não o quero, nem nunca o quis, mas isso é já inevitável. Sonhar contigo faz parte de mim por completo, meu amor. Oh meu amor. Digo-te já que estavas uma autêntica rainha, munida de um vestido branco que tão bem combinava com o teu colar de pérola azul, mas que em tudo era ofuscado devido ao intenso brilho desses teus lindos olhos. Caminhavas graciosamente pela rua, sublime e única (como sempre). O vento esvoaçava o teu oiro cabelo, deixando pelo ar o teu gostoso perfume que com a maior das ternuras entrava pelo meu nariz, enfeitiçando-me por completo. Estava parado, simplesmente contemplava a tua grandeza ao mesmo tempo que pequenos pássaros verdes cantarolavam a mais linda melodia do mundo, que rica primavera. Mas de súbito tudo mudou. Aquela paisagem transformou-se em algo inacreditável e sombrio. O teu lindo vestido branco esfumou-se por completo. Tu, encontravas-te deitada no chão, débil e inconsciente. Ao teu lado, vi um homem com a cara negra, que com a maior das ousadias tocava no teu gracioso rosto. Apesar de fraca gostavas de cada toque que era feito por aquele demónio. Eu, encontrava-me deitado numa espécie de relva crespa. Tinha nas minhas mãos uma lança partida a metade, parecia que enfrentei uma luta brutal. Não duvido que tenha sido contra aquele espectro terrível e negro. Estou ferido, alguém apunhalou-me pelas costas, atravessando por completo o meu coração. Agora sofro no chão. Mais do que a dor da facada é a dor de não poder ver-te mais. Os meus olhos fecham-se calmamente até ao último fio de luz. Ouvi-te pela última vez, rias-te com aquele espectro. Esse som afastou-se e afastou-se e ai percebi que a minha vida se foi e que tu! Tu simplesmente deixaste-me ali, e assim eu desisti de tudo e de ti.


Jaylson Graça