domingo, 6 de março de 2011

Plausível obra-prima


Ele encontrava-se parado e frigido. Num só instante toda a sua alma despiu-se num impulso, deixando toda a sua carnificina exposta hás diferentes lombrigas, formigas e bactérias que desesperadamente auto-movimentavam-se em direcção ao seu corpo. Aquele instante mudara tudo em si. Imagine-se, ver a sua amada num longínquo tão perto que de horizonte tinha pouco, acompanhada alegremente por um … (continuou a debitar nomes ofensivos até acalmar-se por fim). Sentia naquele momento nas grossas veias que tinha do braço, algo mais espesso que o próprio sangue. Algo mais quente e flamejante ao absinto que bebera naquela tarde. Sentia também algo mais ilusionista que o próprio ópio plantado nas mais altas montanhas do Afeganistão. Era um totó drogado pelo amor que sentia por aquela mulher inocente, que apesar de ter olhos lindos, não conseguia ver aquela tremenda sujidade a sua volta. Cansado daquilo correu à alta velocidade para casa. Não se cansou, chegou, sentou-se na cama e pôs-se a olhar para a grande parede branca vazia que tinha no quarto. Pensava e pensava, mas encontrava-se de cabeça quente e pensar naquele momento fazia-lhe mal. Tentou acalmar-se: - “WOOSA”, “WOOSA” (dizia com a voz trémula e cansada). Mas de nada valia, ele encontrava-se no expoente da sua ira, e diversas coisas não paravam de lhe vir a mente. Assim, que nem um animal atacado com raiva, mordeu o seu braço esquerdo, espetando os seus dentes o mais fundo possível da sua pele num acto sádico e louco, arrancando metade da sua epiderme, deixando assim uma ferida profunda, aberta! O seu sangue escorria e escorria, ao mesmo tempo que soluçava, pequenos rios de lágrimas malogradas ao longo do seu quarto se formavam. Desesperado e farto daquilo tudo o coitado espeta bem fundo naquela ferida aberta um dos dedos que já não conhecia da sua mão direita. Queria sentir dor. Queria e queria, mas de nada valia. Assim, aproveitando o imenso sangue que de dentro dele provinha passou o dedo naquela ferida, escrevendo na parede tudo o que verdadeiramente sentia, enchendo aquela parede branca cheia de vida, finalmente!


Jaylson Graça ps: é uma simples história não sou assim tao louco

2 comentários:

  1. Por momentos fugi na minha imaginação, enquanto lia esta história.
    ...
    A que ponto o amor vale a pena?

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  2. o amor vale sempre a pena se for verdadeiro (acho)

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