terça-feira, 1 de março de 2011


É mais uma manhã após uma noite de sonhos tão conturbadores e estranhos. Acordei, felizmente, mas não consigo esquecer nada do que passei na noite anterior. Sonhei contigo na noite anterior, mais uma vez. Não o quero, nem nunca o quis, mas isso é já inevitável. Sonhar contigo faz parte de mim por completo, meu amor. Oh meu amor. Digo-te já que estavas uma autêntica rainha, munida de um vestido branco que tão bem combinava com o teu colar de pérola azul, mas que em tudo era ofuscado devido ao intenso brilho desses teus lindos olhos. Caminhavas graciosamente pela rua, sublime e única (como sempre). O vento esvoaçava o teu oiro cabelo, deixando pelo ar o teu gostoso perfume que com a maior das ternuras entrava pelo meu nariz, enfeitiçando-me por completo. Estava parado, simplesmente contemplava a tua grandeza ao mesmo tempo que pequenos pássaros verdes cantarolavam a mais linda melodia do mundo, que rica primavera. Mas de súbito tudo mudou. Aquela paisagem transformou-se em algo inacreditável e sombrio. O teu lindo vestido branco esfumou-se por completo. Tu, encontravas-te deitada no chão, débil e inconsciente. Ao teu lado, vi um homem com a cara negra, que com a maior das ousadias tocava no teu gracioso rosto. Apesar de fraca gostavas de cada toque que era feito por aquele demónio. Eu, encontrava-me deitado numa espécie de relva crespa. Tinha nas minhas mãos uma lança partida a metade, parecia que enfrentei uma luta brutal. Não duvido que tenha sido contra aquele espectro terrível e negro. Estou ferido, alguém apunhalou-me pelas costas, atravessando por completo o meu coração. Agora sofro no chão. Mais do que a dor da facada é a dor de não poder ver-te mais. Os meus olhos fecham-se calmamente até ao último fio de luz. Ouvi-te pela última vez, rias-te com aquele espectro. Esse som afastou-se e afastou-se e ai percebi que a minha vida se foi e que tu! Tu simplesmente deixaste-me ali, e assim eu desisti de tudo e de ti.


Jaylson Graça

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