segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A melodia do adeus



Era mais um dia daqueles que eu ficava parado a espera de ti. Naquele mesmo local, naquela mesma rua de sempre tão bem conhecida por ambos. Como sempre fico a deslumbrar a tua magnificência a cada passo comprido que das. Para não variar fico com gosto e desejo por cada metro que ultrapassas, por cada segundo que estas longe de mim e da ansiedade que de isso provem! Parecia mais um dia normal, mais um daqueles encontros programados por nós, cuja as saudades e mágoas das nossas vidas e da nossa paixão seriam afogadas em longos beijos, profundos e demorados abraços, palavras soltas, olhares fixos e únicos, aquele fogo e desejo…nossos! Infelizmente hoje não é assim, os 200 metros que te separam de mim serão os últimos da nossa linda história de amor, desculpa, mas temos que fazer escolhas e é duro pensar mas eu não posso escolher-te meu amor! São coisas que ocorrem em segundos, desculpa, desculpa, dói mas assim terá que ser, hoje é o ultimo dia e este… é o último adeus. Aproveito assim cada metro que falta para apreciar uma ultima vez essa tua fissura divina que a mim tanto encanta. Há de divino ver as tuas longas e formadas pernas darem aqueles passos tão elegantes. Há de fantástico ouvir as tuas botas ao longe, ver o teu casaco preto, as tuas calças de ganga tão estimadas, a tua mala castanha e o teu cabelo castanho claro combinado desses lábios carnudos e da beleza única dos teus olhos …que te fazem ser única, hoje e sempre! Já sinto no ar o teu Dior, aproximas-te mais e mais de mim. Já deves estar a 50 m do adeus, infelizmente!
O dia esta frio, levantou-se de súbito um vento que levita do chão a tão indesejada geada que passa por mim petrificando ainda mais o momento …! De súbito chegas mais perto ainda, vejo-te com toda a clareza, não há fuga possível, já me viste, já sorris para mim, já não é possível esconder-me, não posso correr, não posso fugir assim sem ao menos ver-te mais perto e poder abraçar-te ou ao menos sentir pela ultima vez os teus doces lábios … não posso, não posso, não posso … mas e o que faço? Digo-lhe adeus e corro? Digo-lhe que esta tudo bem e continuo isto que apesar de me fazer feliz, faz-me ser incrédulo e inseguro? Aii, amor! Porque és tu dor e incerteza, porque? Porque? Não quero que sofras, mas sei o que vais sofrer, 200 m e tudo mudou e muda por cada instante que vejo-te segura e linda a espera de mim … pior, chegaste tu por fim, já ouvi a tua doce voz, já me abraçaste com toda a tua força, já me sinto embebedado pelo teu Dior e feliz com o sabor dos teus lábios. Estou perdido, não tenho coragem para abrir a boca e dizer fim, em vez disso choro … choro, choro, choro! E tu! Continuas lá… bem agarrada a mim …

Graça

sábado, 11 de dezembro de 2010

Espelho


Espelho
É algo que atrai multidões e indivíduos solitariamente. É um vício de muitos, algo difícil de deixar. Algo que prende-nos a nós, humanos, aos nossos olhos e desejos à contemplação da fissura humana criada por Deus! Espelho, meu, espelho, teu, enganas os olhos com o mais simples detalhes de nós. Uma borbulha, uma cara feia, o espelho faz o humano odiar-se a si mesmo e aos seus próximos. Parâmetros absurdos criados por ti e pela estupidez humana… nunca vemos as lágrimas que devido a esta tremenda estupidez, escorrem todos os dias, como se de nelas não existissem um fim, já anunciado! O reflexo é a dor de um coração que já não sabe bater, como deve. O avistamento, o momento, as milésimas de segundo gastas. Num piscar o mundo transforma-se, um piano, uma flauta, dois tambores tocam! O cérebro funciona, os neurónios trabalham, mas tu, infelizmente continuas assim … na contemplação! (Puro silêncio) A contemplação é o passo mais difícil para a aceitação do teu corpo, da tua cara e do engano que são-te transmitidos pelos teus olhos … eles mentem, tudo que vês naquele momento é mentira, tu não és e nem precisas ser o que o espelho dita para ti. Eu sei, para mim também é difícil não acreditar no que o espelho diz, no meu caso, nem sempre acredito no que vejo, procuro o que sinto, o que bate, o que é real e verdadeiro, o que não é nostálgico nem indigitado por parâmetros, sociedades ou indivíduos incredulamente … longe do meu coração. Chegamos então a uma verdade indubitável e não metódica. Seria tremenda utopia não afirmar que todo o mundo é um espelho e que cada sociedade molda habitante a habitante através dos seus desejos. Por isso cito apesar do mais tremendo erro ou inacreditável facto, de que,tudo no mundo é mentira e isso é a sua única verdade!

O' Camoões Preto

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Dói !

Mais um dia neste horrendo hospital, mais um dia que devido a ele a minha alma esta mal. Mal de perto, mal de longe, estou assim, completamente perplexo. Um médico aguenta imensa pressão mas, eu não sei…não sei se eu aguentarei, hoje esta a ser mais um dia difícil, mais um dia de luta constante, mais um dia em que choro lágrimas vivas e berrantes. Sou tão jovem e tão ingénuo, não sei se aguento, berro, por uma vida sem eu ser génio. Tenho 22 anos credo, formei-me com 19, exerço a 3 anos e não aguento mais, simplesmente não sei se quero mais…ver morrer. Hoje salvei um homem que estava completamente embriagado, via-se que era pobre, vinha infeliz e rasgado, o seu coração batia com medo, o seu estômago mandava para fora os seus horrores e a boca o desagradável cheiro. Por volta das 11 apareceu-me uma velha, tremia coitada, não se aguentava das pernas, sorria mas sabia que a sua vida não tardaria…a ir-se. Sofria de doença prolongada, sofria-a a anos, gastara-lhe a saúde, a vida, o dinheiro, mas nunca na vida tirara-lhe o sorriso. Lembro-me tão bem dele que a mim só me vêm lágrimas ao canto do olho, choro, sofro e não tenho alguém para abraçar, um médico salva, mas um médico só tem um destino na hora da dor…a solidão. Velha porque que te foste? Porque que ainda na minha mente sorris? Responde-me eu agora precisava tanto…que estivesses aqui. Não quero mais pensar, há 5 doentes para cuidar, Joaquim Graça vai trabalhar e quem morreu, Hades há de saber porque!


Joaquim Graça ( Crónicas no Hospital)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Aos Ignorantes !

Boa tarde senhoras e senhores é com muito apreço e gosto que eu, Jaylson Graça, venho por este meio tecnológico e inovador apresentar-vos uma raça totalmente nova de animais, irracionais. Bem, como será possível em pleno século vinte e um, sim século vinte e um, e após mais de 65 milhões, dois mil, dez anos, dez meses e vinte e nove dias de evolução existir no planeta Terra, humanos com o pensamento, atitudes e ideologia mais arcaicas que os primeiros australopitecos da nossa existência. Por isso como primeiro manifesto pedia a vossas excelências uma salva de palmas bem valiosas e aludidas aos Ignorantes! Vossas excelências devem questionar-se de o que será e quem, são os Ignorantes, mas nunca vos passaria pela vossa mente conviver com pessoas tão retrógradas como estas. Estes seres não intelectuais, cujo o Q.I não ultrapassara sem duvida os 10 pontos percentuais, tiveram a ousadia de criticar ( mas mal), o Camões Preto, gozando, fazendo paranóia e pacovice do seu talento, nunca apontando pontos de melhoria ou valor. Tenho em mente o conceito que, “se criticas é porque tens segurança e fazes melhor”, mas macacos tão atrasados conseguem? Pessoas que nem sabem o que é o respeito pelos outros, disparando cada resposta sem esperar a sua vez, pessoas que vivem do petismo ( petismo = conceito de inventar tudo, dizendo aos outros que fez), pessoas cuja a inteligência fazem valer o seu contínuo silêncio e medo, pessoas que de grandes têm tudo mas de inteligência nada e de essência 0. Ter mamas grandes não significa ser inteligente e saber o que diz, bem se calhar a massa que era para o cérebro desceu para as mamas e a pessoa fica assim ignorante, burra e estúpida sem parâmetros morais e de pessoa. Arrr eu bem avisei, não se metam comigo, fiquem no vosso canto, mas não, continuaram a disparar disparate a disparate, gozo a gozo e agora vingo-me e bem. Nem me da gosto esta vingança porque dela em nada vos melhorara, continuarão burros, ignorantes, sem algum apreço pela arte, nunca serão capazes de olhar para mim com essa vossa cara feia de ignorantes e estúpidos como antes, agora irão ter respeito por mim e terão medo de enfrentar-me, mas lanço-vos um desafio, tentem ganhar-me na escrita e veremos quem faz melhor e veremos quem tem talento e quem ri-se no fim. Senhoras e senhores, Palmas, mas palmas valentes e fortes, aos Ignorantes!


Jaylson Graça

sábado, 16 de outubro de 2010

O homem que afinal vê!!

Bem...deu-me o apreço e o gosto de vos contar hoje uma curiosa história. Andava eu no hospital ( com os afazeres de sempre), quando que me dou por minha conta um homem...rasgado, sujo, ferido mas cego. Respeitando o seu sigílio de médico ofereci-lhe com a mais cuidada e cautelosa ajuda os meus saberes...sarei-lhe as feridas como fazia Jesus, enchi-lhe o estomago e mais que cuidado e agrado, fiz-lhe sorrir. De agradecimento pronunciou-me um par de palavras que a mim, deixaram a dúvida e um certo desagrado: -" Obrigado jovem, apesar de não veres bem, tens bom coração". E entaõ pensei para mim, de como sabia um cego que eu não via bem? Nem uso óculos, e assim perguntei: - " Mas não vejo bem senhor? Como sera isso possivel se o mesmo sentiu os meus cuidados, senti-se melhor cuidado e melhor alimentado! ". E assim disse-me com a maior firmeza da seu estado: " Poucas são as pessoas no mundo que vêm realmente bem e eu...sou uma delas". Gota de água no meu pensamento, este velho se não é doido, é aldrabão e bandido, onde já se viu um cego ver? Onde já se viu um mundo inteiro ser cego? Incroyable: -" Mas como é possivel ver se é cego?" E mais uma vez a sabedoria veio ao de cima e o velho fizera-me sentir um cão que corre atrás de um pau : -" Meu jovem o problema do mundo é ver com os olhos e nunca com o coração, até tu quando tratas-te de mim foi porque simplesmente tens uma bata branca, não sentiste compaixão e apreço por mim e esse, sem dúvidas é o problema do Homem. Achas justo que eu esteja aqui porque um irresponsavel desligou o sinal sonoro dos semaforos? Ou que eu tenha sido preso e com isso perdido a minha visão por tentar ajudar criançãs no Sudão? Achas justa a lagrima que cai melancólica e dura no chão, o grito abafador, o socorro não ajudado e uma vida triste e sem fim? As pessoas que vivem assim vêm do coração os outros dos olhos e da ganância de possuir e ter mais e mais. Jovem não abras os olhos abre o coração...e VÊ". Levantou-se, pegou na bengâla e saiu. Eu vivo numa utopia sem saída, num mundo corrupto e sem escrúpulos, e afinal...eu sou o cego, eu não vejo.

Joaquim Graça

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Lagrimas de Prata

Sou médico num hospital, todos os dias confronto-me com a inevitável razão de viver, sabendo que a qualquer momento algo cortará o fio da minha vitalidade e espirito, eu saberei prontamente e sem fugas a verdade, da morte. A morte é ingrata, é triste, é afogante, dura e sem motivo ou critério de escolha. Vejo todos os dias lagrimas cair no chão, estendendo-se num rio de prata e tristeza, de onde os sentimentos e a dor, deixam-me sempre apreensivo, apatico, palido e sem fisura ou coragem para enfrentar certos momentos. Não sei se sera por nunca ter chorado ao pé destas familias que pedem misércordia e um presumivel céu a Deus para o seu ente querido. Mas... num simples dia de trabalho vi um outro alguem morrer sem ninguem ao perto a rogar a sua vida, ou a pedir algo a Deus...estranhei...foi então que vi a face palida e sem vida de Robert e ai caiu-se-me as pernas , os braços, cabelos e um rio de lagrimas...de prata. Robert era meu amigo desde infância, desde de cedo perdeu a mãe e após completar 18 foi-se-lhe o pai. Não tinha avós, irmãos, tios, primos ou amigos, tinha-me so a mim...ele morreu, foi-se simplesmente, doi-me a alma, a cabeça, tenho o coração enterrado nos mais duros musculos do peito. Foste-te para sempre, mas deixas-te-me a nostalgia, a revolta, a dor, o esbatimento e um mundo sem cor. Mas agradeço-te por teres ido, fizeste-me chorar lagrimas de verdade, lagrimas de prata que igual aos outros estendiam-se cheias de sentimentos e tristezas...no chão.


Joaquim Graça (29/09/2010)


1º Heterónimo de' O Camões Preto

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Na toca

O Bongo toca e cada bichinho barulheto entra na sua devida toca. Uma coruja chega com folhas de papel e os bichinhos tiram para fora algo parecido e bicudo a um pincel. A toca não se acalma e só se ouve guichinhos abusadores, cada bichinho difere-se do outro a partir da sua inteligência, rebeldia e cor. Pincéis voam e bichinhos rebolam contentemente no chão, a coruja chateia-se e cai-se-lhe uma pena...Um bichinho é expulso da toca, a coruja manda-lhe para o frio e coitado do pequeno diabinho grita para a ditadora dizendo que ela tem cio.

O Camões Preto

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A Saudade

A saudade é algo que nem Deus consegue explicar, se cá estivesse. A saudade é um dos mais dolorosos sentimentos que há a sentir neste mundo. Saudade de alguém, de um bicho, de um animal, de um sorriso, de um lugar, de um tempo, de um beijo ou mesmo de um simples olá. Bem eu sou um pedaço de carne humana que vagueia neste mundo, um pedaço que apesar de muitos pensaram não ter outrora sentimentos, declara sentir neste momento um dos mais duros que Deus fizera-me sentir…a saudade, a simples e dura saudade.
Sinto saudades de diversas coisas mas que certamente neste pedaço de papel que no qual escrevo estas linhas não significariam nada, a não serem simples palavras… de tanta saudade destaco a que sinto de ti…sim de ti que estás longe de mim, penso como estas, com quem e o que fazes…lembro-me de cada sorriso teu, de cada palavra expressada, de cada pedaço do teu corpo que eu…ainda penso em ter. Sei que as minhas saudades são poucas para as que deviam ser, deviam ser mais, devia estar a morrer, a pedir, a rogar, a chorar rios e rios por não te ver. Mas eu nunca vi um homem admitir que chora. E isso hoje eu não admitirei…

O Camões Preto
Escrita em África 16/07/10

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ela

Já tive branca, preta, mulata, morena e loira. Santomense, Angolana, Portuguesa, Russa e até uma Cabo-Verdiana. Todas elas marcaram na minha vida é certo, umas positivamente e outras… bem só a dor guardada sabe. Recordo-me de cada detalhe delas e infelizmente é por culpa dos mesmos que sinto saudades e arrependimento por muitas das coisas que fiz…desculpem-me, mas nunca fui nem serei perfeito, isso garanto. Vem-me a cabeça saudades de uma língua grande, dos olhos verdes, dos beijos longos…do meu tubarão. (E de muitas mais coisas, mas que há que se esconder ). Fiz muitas chorarem e sofrerem mas até hoje só sinto-me triste e desapontado por ter feito uma pessoa chorar…tu.
Sim, tu que me deste a luz, após teres-me carregado durante 9 longos meses, de enjoo, dor e medo. Aguentas-te cada birra minha…amamentaste-me, banhaste, ensinaste o que era um pedaço do mundo e a cada ferida que curaste mostraste que mãe é mãe e eu só tenho que agradecer por ainda te ter. A idade aumenta e o preço das coisas também, mas tu mulher africana, lutadora e trabalhadora corres por mim todos os dias, passas fome para me ver comer, gritas e te preocupas a cada hora que não me vês, não me ouves ou sentes o meu respirar…irra mãe galinha mas mãe minha, eu sonho em poder dar-te tudo do mundo eu tenho por certo que por ti comprava montes, praias e lojas inteiras, mas valorizando sempre um conceito teu… “ o dinheiro não compra amor, esse semeia-se que nem trigo e cresce a velocidade de uma erva daninha”.
Eu posso ter saudades de muitas, mas só tu minha mãe…só para ti minha mãe…eu irei chorar quem nem bebe, esperando o teu conforto quente…hoje e sempre, pois tu me fizeste nascer.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Longe...?

À horas que estou afogado em lembranças, pensamentos e momentos. Mas tento sempre não afogar-me neste lindo mar. Sim, neste azul e limpo mar onde as ondas se encontram com a suave brisa do vento, e se convergem num forte e estrondoso rebentamento naquelas rochas ali ao pé silvestres. Onde deito-me também neste fino e dócil areal. Areal de oiro é o que chamam-lhe a ele, inveja de não o ter muitos lá foram reclamam-no também, mas o que é de África mas nenhuma parte do mundo tem. Mas não estou somente longe em quilómetros, ou de um continente a outro. Estou longe de pensamento e longe de mim. Eu longe neste areal sinto saudades de ti, ele ou ela, e ela dentro de mim. Carrego cada palavra e sentimento no meu cofre mais precioso, mas sinto-me inteiramente perdido porque assaltaram-me e roubaram dele mais do que uma pessoa…duas. Ahah ironia forte, sim, vivo um momento de nostalgia e dúvida crescente, a cada dia que passa pergunto-me que futuro darei ao meu corpo, que futuro darei a minha mente, vida e espírito. Mas antes de tomar alguma decisão cito neste pedaço de papel que no qual escrevo, que o humano pergunta-se sempre sobre a sua vida no momento que esta Longe mas, volta sempre a casa e escolhe um melhor destino…se tiver verdadeiro amor.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

No escuro...

Está escuro…muito mesmo. E é a partir desta escuridão que aproveito-me de ti. Tu nesta intensa escuridão não vês nada, mas eu munido de estes olhos de hiena ataco-te horas sem fim. As hienas têm armas mais que letais… cheiram, atacam e comem por inteiro suas presas. Nesta escuridão considera-me este assassino da natureza…nesta noite eu te considero minha presa. Com toque de Midas eu transformo cada parte do teu corpo em ouro e com a força de Hércules levanto com todo o esplendor o gigante Adamastor …
Neste escuro está calor e tu pensas estar num sonho. Mas nenhum assassino garante a sua presa se este sonho não se transformará num escaldante pesadelo. Que nem rato que quando morde, sopro cada parte que do teu corpo belisco. Que nem bebé procuro ternura nos teus seios e como criança inocente passo delicadamente a mão … e tu quem nem recém nascida desabafas os primeiros esguichos. Hércules tem agora Adamastor na mão, ele tal e qual cobra cuspideira cospe, e ela de revolta e dor grita até não poder mais, e afinal???? Os humanos são autênticos animais…na escuridão.

O Camões Preto

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago

Morte, morte, morte pergunto-te quem és! Morte, morte, morte porquê? Porquê? Porquê levas tu génios? Porquê fazes jazer pessoas com dom e bondade? Porquê? Levas por cada dia milhares, milhões de infinidade mental, pessoas de bom valor e os maus só centenas vão. Levas todos, hoje foi mais um…Saramago, genial e coitado Saramago. Eras velho e dócil, escritor influente e mirabolante. Despertaste em mim com as tuas obras lindas o ímpeto de escrever. Não de escrever por escrever é certo. Mas escrever por amar, escrever por dizer os mais lindos sentimentos…da alma. Choro hoje por tua alma, choro hoje por tua genialidade, pela pessoa que eras. Recordar-te-ei hoje e sempre, o teu estilo versátil e genial, sem pontuações. A tua coragem de detalhar cada parte da tua mente, mesmo herege, mesmo revolucionária, tu como um nobre cavalheiro lutaste, escreveste e escreveste, não escreveste simples historias, escreveste na história…de Portugal. Hoje Jazes tu, hoje nasce alguém que certamente um dia ouvirá…o teu nome
José Saramago 1922-2010
O Camões Preto

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Nada me vem a mente, ela esta vazia, oiço a musica e quase que sem alma deixo-a entrar e sair de dentro de mim. Estou...perplexo e mudo. Vivo...dificil e estranhamente sem um sorriso. Estou trémulo, abanado e dificil de compreender. Tenho estranhas atitudes, estranhos pensamentos...juro, eu estou perdido. Já nem sei o que escrevo...o que escrevo eu? Escrevo para que? Para quem? Ninguem...ninguem me conforta a alma, estou abandonado nesta noite fria, rebolo-me, estremeço-me, vibro-me, abafo-me constantemente, procuro-me e procuro-me, mas encontrar algo já perdido é sem duvida...impossivel. Fico acordado a noite inteira, brinco com um meu velho peluche, sempre lhe contei as minhas paixões, as minhas loucuras, os meus desejos, os meus medos, as minhas ideias e ao contrário de muitos ele me respondeu sempre com um sorriso, nunca me achou maluco, estupido ou algo assim. Possas o que tenho? Falo do meu peluche num texto, dou-lhe uma personificação de alma e espirito. É o passado? Medo do futuro? Não sei, eu continu-o assim...só.

O Camões preto.

domingo, 6 de junho de 2010

Gentleman

Lord sai de casa de manhã, com sotaque inglês e postura francesa no andar. Deixa a mulher triste por passar o dia inteiro num bordel. Desgraçadas são aquelas que dele só dinheiro querem, fazendo de My Lord esposo infiel. Rameiras de conas molhadas, risos de diabas e peles de cascavel. Burro e sem classe ele tira para fora o seu pequeno bem, sem nada na cabeça espeta-o em qualquer mulher. My Lord é rico e bonito, mas depois de tanta pega fica surdo, é lhe diagnosticada sífilis no seu ponto mais agudo. A comichão começa e a dor também, My Lord esta fraco, a cara já não bonita é…está feio, dentes podres, hálito abrasador, coitado locutor não diz uma palavra, fica calado na extensa sala olhando a mulher. Esta já foi para a cama com tantos outros homens, em busca do esperma fresco que o homem oferece num bordel.
Fraco na alma e perto da morte My Lord está sozinho. Vício trémulo e obscuro fá-lo procurar mais uma cadela com cio. E o Lord procura assim a vulva com o menor valor, com todo o orgulho deixa a piça subir e sem medo seus filhos sair.


O Camões preto

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Nostalgia

Tenho saudades tuas. Tenho saudades nossas, saudades de tudo, saudades de ti! Quero poder pegar na tua mão, senti-la quente, beija-la docemente e poder olhar para ti alegremente. Meu bem eu não sou perfeito, sou mais uma peça inacabada, cortada a meio, que procura desesperadamente pela sua outra metade…Eu quero poder ter-te novamente. És parte da minha alma, caracterizas o meu ser…melodia da minha vida, cor do meu dia, deusa do meu coração…és tu branca e negra levas-me a perdição. Mulher perfeita, as tuas belas pernas combinam perfeitamente com a ondulação do teu cabelo. Os teus olhos relevam-me e dão-me esperanças, dão-me força, enfeitiçam-me completamente…Não tenho inspiração, estou seco e “sem sabor”. Será que jaze Camões preto e glorioso sem a alma e o seu coração? Faca do amor, trespassas-me sem dó nem piedade, não me dás uma oportunidade, uma chance, uma luz neste sombrio túnel para te mostrar que eu…eu ainda gosto de ti…eu…eu não vivo sem ti, só te quero a ti, beijar-te a ti, abraçar-te a ti, vezes e vezes imploro, peço, choro recaio-me no chão que nem um demónio que pede perdão a Deus… pelos seus pecados. Choro e grito o teu nome, sem medo de nada, sem medo do Mundo, com uma abafante e insuportável dor no peito, choro no chão desta vez não sou demónio, não sou Juda, nem Deus…sou somente um pequeno bebé que pede pela sua mãe.

O Camões preto











segunda-feira, 31 de maio de 2010

O relógio marca meia-noite e quarenta e três e ainda estou de pé. Não sei o motivo, mas o meu cérebro combate o sono fazendo de mim seu fugitivo. Parado , estático e fixo estou… alma vaga e trasbordante, vagueia na escuridão em busca do som. Som de uma voz, melodia quente e contente que faz de mim um sonâmbulo vagabundo e descontente…na noite tudo acontece, tudo emerge e o lado mau da pessoa cresce. O ímpeto de matar alguém, da maneira mais sexual, ou carnal prevalece na nossa mente herege. Oh dor de não dormir, deixai-me partir, deixai-me descansar, deixai-me sonhar alto e alegremente, deixai-me criar mundos longínquos…Com liberdade e justiça, famosos e socialistas, contra anarquistas e absolutistas, guiaremos o mundo assim. Metáfora estridente e curial, lembrança vidente e excepcional…minha mente meu ouro, minha vida, minha melodia meu sonho, cuida de mim.

O camões preto.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Nabi (L)

Minha irmã, confesso-te que quando escrevi estas palavras estava do mais emocionado e inspirado que alguma vez na minha vida. Jamais em mim, jovem e sem alma, renasceu um grande desejo de escrever o que me vinha de dentro deste inóspito coração. Nunca conheci amiga como tu, confesso, tu és neste momento e para sempre a minha melhor conselheira, a minha melhor amiga, a minha confidente…juro-te que parece que sempre te conheci, que já partilhamos segredos, histórias, que já sofremos ambos o mesmo…mas que estivemos um ao pé do outro, ajudamo-nos mutuamente sem precedentes, sem medo, rimo-nos de coisas parvas, simples e básicas…mas todas elas tinham o seu encanto, como tu.

Tu és mais que linda, se existisse ouro preto seria certamente esse teu lindo cabelo…se me pedissem para caracterizar a coisa mais linda que já virá na vida eu diria sem duvida o teu sorriso, impossível seria não afirmar que tu és a beleza em pessoa…pérola rara, linda e brilhante, mexes comigo e fazes com que não me sinta a pior pessoa do mundo…tiras da minha mente tristezas, dás alegrias a minha vida e fazes de mim um ser superior…um deus, porque tenho uma amiga como tu.

Desculpa por vezes parecer longe de ti, não te apoiar, mas quero que saibas que te amo muito minha irmã, minha confidente, minha melhor amiga…fica comigo e faz-me sorrir, para sempre (L).


Jaylson Graça

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Auto retrato (cómico)

Orelhas pequenas eu tenho
Nariz grande e batatoso desdenho,
E pernas maiores que os braços ainda os mantenho.

Cor de chocolate
Olhos castanho escaldante,
Grandes e brilhantes que nem diamante .

Gosto e estou sempre a sorrir,
Porque sem o fazer,
Eu não seria e nem teria,
A minha alma...
Em mim.

Jaylson Graça
Tu és a luz do meu dia,
A cor da minha vida,
Das caminho a tudo outrora sem saída.

Minha alma é de poeta,
Minha cor de batalhador,
Luto pela vida
Com todo o poder e rigor.

Um dia irei cair,
Todos um dia irão jazir
Algo irá por em tudo, um fim.

Esse fim irá chegar
Todos nós o iremos esperar e rezar...
Para que este fim à jazida não nos levar.

Jaylson Graça (12/05/2010)

sábado, 24 de abril de 2010

" Muletas"

Nosso amor começou a pouco, sempre me arrepiei com as lindas coisas que homens fazem contigo...truques e piruetas, lindas ou abesolentas. Uh que rico vocabulário, uh que linda conjugação...és bonita mas todos se esquecem mas eu não. Porque sem ti...já não sei andar.