quarta-feira, 7 de junho de 2017

Em reverso

É um até já,
Eu sei,
As pernas tremem,
O comboio arranca,
Fixo em ti estou,
Até ao último momento.

Sei, prontamente, que,
Regressaremos ao início deste verso,
Nosso amor, ao reverso,
Lutando, gritando,
Querendo, instante a instante,
Nós. E mais nós, e mais nós.

Egoísta este nosso ser, uno,
Busco, sigo,
No crepúsculo fino,
Teu rosto, sinalizado na bruma,
Escura e estranha
Pelo teu primaveril e doce cheiro.

Amo-te, ecoa o vento,
Respira a terra,
Brandam as árvores,
Quimeras,
Frutos únicos de nosso amor,
De regresso em reverso, neste verso!


O’ Camões Preto

2 comentários:

  1. Belíssimo poema!

    Metafórico, saudosista e romântico em confissões!

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  2. Gosto dos escritos literários dos portugueses!

    Também tenho um Blog que, compartilho contigo e com teus leitores!

    http://poemaseprosasdetonyantunes.blogspot.com/2019/01/saudade-cronica-para-minha-mamae.html?m=1

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